Cais de pesca da Praia deve receber experiência piloto do sistema de lota para venda de pescado

Cidade da Praia, 17 Jan (Inforpress) – O cais de pesca da Praia, na ilha de Santiago, deverá receber a experiência piloto de implementação de sistema de lota para a venda de pescado, adiantou hoje a delegada do Ministério do Mar, em Santiago, Vera Gominho.

Aquele responsável, que falava na cerimónia de posse dos membros dos órgãos sociais da Associação dos Armadores do Cais de Pesca da Praia (AACPP), adiantou que o cais de pesca da Praia é a infra-estrutura portuária que recebe a maior parte das embarcações da pesca semi-industrial existente em todo o território nacional.

Apesar disso, indicou que a infra-estrutura tem ainda alguns constrangimentos que limitam o próprio desenvolvimento deste subsector da pesca semi-industrial na capital do país, nomeadamente a questão que tem a ver com as questões de conservação do pescado, toda a logística do frio, uma situação que, afirma, merecerá a atenção do Governo.

“Neste momento, a cidade da Praia não dispõe de uma unidade que possa dar vazão à demanda que nós temos em termos de pescado o que faz com que haja muita flutuação do preço do pescado”, disse.

Por outro lado, adiantou há igualmente o desafio que tem a ver com o congestionamento do próprio cais de pesca, que já tem as suas limitações em termos de atracagem das embarcações semi-industriais e também das embarcações artesanais que utilizam o mesmo cais para fazerem o desembarque do pescado.

No entanto, adiantou que o Governo está a trabalhar juntamente com a empresa concessionária do cais de pesca e agora contando com a colaboração da Associação para a introdução de melhorias.

“Nós estamos a estudar junto com a empresa concessionária do cais de pesca da Praia a questão a ver com a instalação da primeira lota em Cabo Verde, que será instalada no cais de pesca da Praia. Então, o cais de pesca da Praia assume um papel de extrema relevância sendo piloto para a implementação do projecto da lota”, disse.

Respondendo a algumas preocupações apresentadas pela associação de armadores, nomeadamente na questão da formação, Vera Gominho avançou que o ministério do Mar, atento a esta questão, criou a Escola do Mar que tem as vertentes da investigação, através do IMAR, da formação profissional, através da EMAR, e da formação mais universitária, através da UTA.

“Nós estamos abertos para o diálogo. Temos a consciência da limitação que temos em termos de número de profissionais que devem dar vazão às embarcações. Nós temos estado atentos a esta questão de muitas embarcações que estão paradas devido à falta de tripulação e essas estruturas do ministério estão a trabalhar para que possamos então colmatar a questão da formação”, garantiu.

Em relação à questão do financiamento, a delegada do Ministério do Mar na ilha de Santiago falou do Fundo Autónomo das Pescas, que, conforme explicou, foi criado justamente devido à limitação que os operadores têm tido em relação às bancas comerciais.

“Nós temos para a pesca semi-industrial a linha do Fundo Retoma, que permite que haja investimentos maiores para esse subsector que é tão importante da pesca semi-industrial”, realçou.

Em relação à AACPP, cujos membros os órgãos sociais foram hoje empossados, demonstrou-se confiante em como a associação irá trazer uma maior dignidade à classe, maior representatividade do sector nos canais importante diálogo com o Governo.

MJB/CP

Inforpress/fim

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