Cidade da Praia, 03 Fev (Inforpress) – O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) defendeu hoje que o País clama por “respostas mais céleres e eficazes” no domínio da saúde, por ser um “bem precioso” e um direito consagrado na Constituição.
Esta posição foi assumida pela vice-presidente da Comissão Política Regional do PAICV de Santiago Sul, Paula Moeda, em conferência de imprensa, na Cidade da Praia, sobre o Sistema de Saúde Nacional (SNS).
“Estabelece a nossa Constituição no seu artigo 71º que todos têm direito à saúde, independentemente da sua condição económica”, frisou.
Por isso, apontou que o Estado deve criar as condições para o acesso universal dos cidadãos aos cuidados de saúde, que segundo a dirigente da oposição é de “importância capital” para a vida de um Povo.
“Em resposta aos discursos vagos e intenções vãs do Governo, os cabo-verdianos querem ações concretas e medidas que cheguem, efetivamente, aos centros de saúde, às Unidades de Saúde Básica (USB) e aos hospitais”, indicou.
Segundo Paula Moeda, as políticas do Movimento para Democracia (MpD, poder) são “limitadoras dos serviços públicos e subjugam os hospitais e centros de saúde à diminuição das despesas e à obtenção de receitas próprias”, com “claros prejuízos” para a qualidade dos serviços.
Neste sentido, considerou que os direitos de muitos profissionais da saúde não estão a ser observados, assistindo “alarmantes carências” em determinadas especialidades clínicas, incluindo a de Medicina Familiar.
“Há sete anos que este Governo promete médicos de família e neste segundo mandato médicos e enfermeiros de família. Até à data a população de Cabo Verde aguarda ansiosamente por estes compromissos”, lembrou Paula Moeda, considerando que aumentou a dificuldade de acesso aos cuidados de saúde.
Paula Moeda apontou que a regressão no sistema de saúde “é evidente” se comparado “quatro décadas de grandes ganhos na saúde” e que beneficiou de “grandes investimentos”.
“Os investimentos na saúde deste Governo continuam sendo tímidos pondo em causa a prestação dum serviço de qualidade, falhando os básicos como materiais de utilização com consumíveis diários de apoio à prática do desempenho dos procedimentos médicos, de enfermagem e laboratoriais”, acusou a dirigente do PAICV, defendendo que o SNS “não pode ser adiado”.
“Nos últimos anos assistimos a um retrocesso devido à insuficiência de recursos que não foram repostos nem continuados e sub-investimentos praticados pelo Governo”, acrescentou.
Paula Moeda disse ainda que o PAICV acredita que é necessário melhorar a gestão e administração da saúde para alcançar novos ganhos.
“Precisamos de novos sistemas para planear e gerir o sector, de oferecer serviços mais sofisticados e de maior qualidade, de garantir maior competências técnica e tecnológica dos hospitais, centrais, regionais e dos centros de saúde”, concluiu.
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Inforpress/ Fim