Boa Vista: Restauração do Forte Duque de Bragança resulta da política cultural definida pelo Governo – primeiro-ministro (c/áudio)

Sal Rei, 08 Jun (Inforpress) – O primeiro-ministro considerou na Boa Vista que a intervenção na reabilitação do Forte Duque de Bragança enquadra-se na política cultural definida desde 2017 pelo Governo para restaurar, reabilitar e requalificar patrimónios históricos e religiosos do País.

Ulisses Correia e Silva falava na quarta-feira, 07, no acto de inauguração do projecto de requalificação e reabilitação do edifício histórico Forte Duque de Bragança, localizado no ilhéu da cidade de Sal Rei, construído em 1820 para proteger Boa Vista.

O chefe do Governo destacou, por isso, a importância deste tipo de intervenção, uma vez que países que deixam degradar os seus patrimónios “não valorizem a sua história e identidade”, pois, considerou, além do valor económico este tipo de património tem “um valor simbólico forte” do percurso e história da Nação e da transmissão de valores para o futuro.

“Este património tem um valor turístico importante porque é uma centralidade de visita da ilha, ao mesmo tempo agradável porque para se chegar aqui se faz uma travessia de pouco tempo no mar, o que aumenta possibilidade de haver mais visitantes, e isto terá uma devolução com valor acrescido para a população e para o território local e nacional”, frisou, reconhecendo a parceria com a Câmara Municipal da Boa Vista.

Na ocasião, o chefe do Governo felicitou o Instituo do Património Cultural (IPC) por este projecto que, a seu ver, “demonstra o trabalho meritório” que a instituição tem vindo a desenvolver com “esforço e qualidade”, que ficou também com a marca do ex-presidente do IPC, Hamilton Jair Fernandes, pela dedicação a este restauro e iniciativa de colocar este património dentro do leque dos reabilitados.

“Com estas reabilitações estamos a restaurar, a reconstituir, e a restituir a nossa história como povo independente, e não somente o património colonial como tem sido veiculado em debates”, afirmou, por seu lado, o ministro da Cultura, Abraão Vicente, que recordou outras reabilitações como a Catedral e o Pelourinho da Cidade Velha e o Forte de São Filipe.

O presidente da Câmara Municipal da Boa Vista, Cláudio Mendonça, manifestou-se satisfeito pela requalificação, visto que vai valorizar o espaço e a cidade de Sal Rei, destacando-o como um “elemento importante para resgatar e valorizar a história e a cultura” da ilha, contribuindo para “alavancar a actividade económica” da Boa Vista, que é o turismo.

“Hoje colocou-se uma gota de água para o desenvolvimento do município”, disse o autarca, garantindo que a sua equipa fará de tudo para valorizar e conservar o espaço, a começar pelo aspecto ambiental, que deve merecer a atenção não só da autarquia, como dos munícipes, entidades públicas e privadas.

A reabilitação é parte integrante do Plano Nacional de Reabilitação dos Edifícios Históricos e Estudos Religiosos, coordenado pelo Ministério da Cultura das Indústrias Criativas, através do Instituto de Património Cultural (IPC).

As obras de requalificação do Forte Duque de Bragança incluíram a conservação e restauro de sete canhões do monumento, colocados no passadiço que vai desde o Forte até o litoral, e a musealização com colocação de sinaléticas informativas à volta do ilhéu.

Além da reabilitação deste edifício histórico e património e a musealização de todo o ilhéu foram igualmente criados roteiros subaquáticos, reabilitada e requalificada a antiga Alfândega, edifício onde foi instalado o Museu de Arqueologia Subaquática, que será inaugurado hoje, projetos que complementam o núcleo de arqueologia da Boa Vista.

O projecto contou com co-financiamento da Direção Nacional do Ambiente, através do programa da Bio-Tur com o financiamento do PNUD no valor de 3.508 contos, sendo o valor global do investimento de 4.208 contos.

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Inforpress/Fim

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