Espargos, 16 Nov (Inforpress) – O presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) enfatizou na noite sábado, 15, na ilha do Sal, a “necessidade urgente” de se reformular o papel do Estado no país.
Numa intervenção marcada pela crítica à gestão atual do país, Francisco Carvalho, que falava na assembleia geral dos militantes do PAICV, defendeu que “a máquina estatal deve evoluir” para se tornar uma entidade de "amparo e apoio direto ao cidadão”.
“Hoje passamos o dia inteiro em contacto com as pessoas que visitamos. Falámos com toda a gente e sentimos alegria e acolhimento. Sentimos também um aspeto importante, que é a esperança”, sublinhou.
O presidente do PAICV sublinhou que essa esperança depositada pelos cidadãos é um momento de "grande responsabilidade" para o partido, indicando que todas as condições estão criadas para um novo ciclo político.
Carvalho dirigiu críticas à governação em curso, referindo-se a "dez anos de enganação e de teatro" e apelando ao “fim das desculpas baseadas em crises externas, falta de chuva ou guerras”.
O ponto central do seu discurso foi a proposta de um "novo tipo de Estado" em Cabo Verde, que deve assentar no conceito de amparo ao cidadão.
"Esse novo Estado tem de ser um Estado que cuida do cidadão, que ampara o cidadão e que cuida do cidadão cabo-verdiano”, prometeu.
Para o líder do PAICV, o papel do Estado deve ser o de "caminhar ao lado do cidadão", ajudando a concretizar sonhos e expectativas, especialmente em momentos de dificuldade ou desânimo.
Francisco Carvalho aproveitou para apresentar os compromissos do partido em áreas sociais que classificou de críticas, sublinhando a sua determinação em resolver problemas que considera inaceitáveis.
No que se refere ao ensino superior, o PAICV defende o ensino superior gratuito para os jovens que passam nos exames e a atribuição de bolsas para quem opte pelo ensino privado, desde que demonstre mérito.
Na saúde, o líder partidário afirmou ser inaceitável que o Estado permita que pessoas doentes não tenham condições financeiras para pagar a ficha de entrada no hospital.
Relativamente à habitação, no tocante às casas de bidão, o partido promete uma “redução drástica” e o seguimento do programa Casa para Todos, aplicando o conhecimento já adquirido.
“Estamos aqui determinados, com vontade firme, garantido que estamos prontos, preparados, cheios de energia, cheios de alegria e com grande sentido de responsabilidade, para juntarmos todos e construirmos um Cabo Verde para todos”, finalizou o presidente do PAICV, numa mensagem “de confiança e prontidão”.
A deslocação de Francisco Carvalho à ilha do Sal enquadra-se na sua agenda nacional de contactos, que visa “reforçar a mobilização, a coesão interna e a ligação direta” com os cabo-verdianos em todas as ilhas.
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